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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Carta aberta aos pais, mães, responsáveis, comunidade escolar e a toda a sociedade:   E os trabalhadores em educação é que pagam o custo da crise?   Como em todo início de período letivo, pais, mães, estudantes e responsáveis começaram 2016 sentindo no bolso o reajuste das mensalidades e do preço dos materiais escolares. Já os trabalhadores em educação entram o ano sabendo que, para conseguirem recuperar o que a inflação retirou de seus salários, será necessária muita luta. Isso porque, apesar de toda dedicação e aumento de trabalho diários, não têm reajustes que gradativamente elevem seus salários a um patamar que os iguale a tantas outras profissões que exigem a mesma formação.   Mas o que o ano traz de novo é a palavra CRISE. O que tem sido observado é que, em nome dela, há um falso discurso de incapacidade de reajuste. Se forem observados os últimos cinco anos, mesmo quando não havia crise, as mensalidades sempre aumentaram acima do reajuste de salários dos trabalhadores em educação. Isso mostra que esse discurso dos estabelecimentos de ensino é uma velha prática do setor patronal, que sempre aumentou seus preços abusivamente e sempre se recusou a repassar reajustes justos e compatíveis com o crescimento das mensalidades a seus trabalhadores e trabalhadoras. Pelo contrário, o lobby patronal conseguiu inclusive proibir qualquer indexação de salários e mensalidades ao índice de correção da inflação, como já existiu em outros períodos.    Os aumentos das mensalidades sempre foram superiores aos reajustes de professores e auxiliares e isso é um fato. Argumentar que, em alguns casos agora, as mensalidades tiveram reajuste menor que aqueles aplicados nos últimos anos, é ignorar os sucessivos aumentos da cobrança — realidade que é bem conhecida de estudantes e/ou seus pais e responsáveis. Neste momento de debilidade econômica que atravessa o mundo e, consequentemente, o Brasil, toda essa gordura acumulada com o aumento das mensalidades nos anos anteriores deveria ser utilizada para valorizar aqueles que, de fato, movem a educação e a fazem transformadora.   A verdade é que no setor privado de ensino não há crise, porque nas planilhas de reajuste cabe até aluguel de prédio próprio para justificar o aumento de mensalidades. Quantos pais pedem a planilha para entender o reajuste?   Os trabalhadores em educação não podem pagar pela crise e ter seus salários cada vez mais desvalorizados.   Por isso, lutar contra o abuso econômico, em defesa dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras e em prol de uma educação de qualidade real é uma tarefa na qual contamos com a ajuda de todos vocês.   Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino - Contee Sinpro Costa Verde